Abuso sexual na infância em pauta
- @mellenpsico
- 15 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
Sabemos que todas as questões que são colocadas na mídia, ficam em evidência e a população começa a pensar a respeito e questionar muitas coisas.
A novela O outro lado Paraíso, traz essas discussões, não entrarei na questão de como foi feito o tratamento da personagem de forma errônea com Coaching.
Vou falar das consequências que o abuso sexual na infância e na adolescência desencadeiam ao longo do desenvolvimento.
O abuso sexual ocorrido na infância tem sido considerado como um fator de risco para ideações e/ou tentativas de suicídio; e também apresenta uma relação estreita com outros transtornos psiquiátricos, como a depressão, o estresse pós-traumático e a dependência química (uso de drogas). Além dos mencionados anteriormente, há relação do abuso sexual na infância com disfunções sexuais, transtornos de ansiedade e perturbações do sono.
Segundo Lippi (2003) afirma que a criança e o adolescente abusados sexualmente têm uma tendência acima da média da população normal a tentar o suicídio em alguma fase de sua vida, mesmo que décadas após o abuso sexual.
Um aspecto fundamental da gravidade do abuso é a reação da família quando a criança faz a revelação e denuncia alguém da família ou próximo a ela. A maioria das famílias tende a achar que a criança está mentindo, exagerando, e acaba acreditando na palavra do abusador, que se faz de inocente e vítima. Assim, a criança é duplamente vitimizada. Ela é abusada sexualmente e, em seguida, é tida como mentirosa, e ainda será punida por isso. Punida por dizer a verdade, acusando um adulto abusador.
O tratamento da vítima de abuso sexual é complexo, demanda ser praticado por psicoterapeutas experientes e obedece a algumas recomendações. A primeira delas é que o tratamento deve ser para toda a família. Se o abusador não for tratado, continuará com suas condutas abusivas.
Quando o abuso sexual já acontece há muito tempo ou quando não há nenhuma marca física, o denunciante pode registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso ou acionar o Conselho Tutelar de sua cidade. Denúncias anônimas também podem ser feitas pelo Disque 100 ou no próprio Conselho Tutelar. Após o registro da ocorrência, a delegacia ou o conselho fica responsável por encaminhar a criança ao atendimento em um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Lá, o atendimento será estendido a toda a família. Os pais têm a oportunidade de aprender a lidar com a situação do abuso sofrido pelo filho e ajudar na superação do trauma.
Telefones para denunciar: 100 - Direitos Humanos / 190 - Polícia Militar

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